domingo, 10 de agosto de 2008

O surf: Arte? Paixao? Esporte? Filosofia?



Pouco antes de dormir, estando aqui, ha muitas milhas de distancia da praia mais proxima e esta, ainda por cima, nao tem uma ondinha nem merrequeira pra fazer a cabeca, o que me deixa pensando, solitariamente, ouvindo um HC californiano, no que eh o surf pra mim, o que representa na minha vida, sendo que nao sou profissional, entao nao eh apenas esporte. Nao surfo grandes coisas, entao nao eh arte. Moro longe pra caramba da onda surfavel "mais proxima", que aqui, nem sei onde fica, entao nao eh filosofia (ao menos nesse momento da minha vida). Soh restou a opcao que, pra mim, sempre veio em primeiro mesmo: PAIXAO!

Creio que pra grande maioria dos leitores que estao me acompanhando agora, o surf eh, acima de tudo, paixao tambem. Para muitos eh sim um esporte, com o qual se mantem a forma, adquire saude, etc. Para outros, eh sua profissao, de onde tira o pao de cada dia, o faz realizar sonhos de surfar ondas incriveis ao redor do mundo. Para tantos outros eh arte, que mesmo nao vivendo dele, sao surfistas incriveis, treinam manobras alucinadas no quintal de casa e fazem delas um espetaculo para quem olha. Tem tambem aqueles quer te a sorte e a bencao de morar numa praia bacana e poder curtir a filosofia de vida surf, que soh pra quem jah provou, sabe o significado tao intenso que eh "viver surf". Mas para todos estes citados, dos quais soh nao me encaixo (ou jah encaixei) eh como profissao, mas tenho plena conviccao que todos sao movidos pela paixao!!! Nenhum surfista entra num campeonato por obrigacao, mas sim pelo prazer de surfar e a grande chance de vencer. Nenhum surfista se muda para uma praia com altas ondas soh pelo fato de ser praia. Nenhum surfista compra marcas surfwear por que sao apenas marcas.

Enfim, tudo isso eh movido por uma paixao, um sentimento unico que eh gerado pelo prazer indescritivel de deslizar sobre as ondas. Uma sensacao que muitos de nos, surfistas apaixonados pelo surf, jah tentamos transcrever em cadernos com desenhos de picos perfeitos, em skates, rasgando as ruas para imitar um snap perfeito, no tapete de casa com um pedaco de isopor de pizza do 1,99, enfim, viajamos, sonhamos, quase idealizamos cada momento maravilhoso que nos move por uma mesma paixao, o SURF!

Eu que o diga, ha 5 meses completamente longe de uma onda boa (e ruim), de uma praia maneira, enfim, do surf, e eh dificil! Eh chato! Eh um saco estar longe e com perspectivas de ver o mar daqui alguns meses apenas. Agora sei como os brothers que moram longe do mar se sentem. Imagina que pra mim que moro a 100km (no Brasil) jah eh complicado, e a galera do oeste dos estados costeiros (RS, SC, PR, SP, etc), e a galera de Brasilia que tem um monte de surfistas. Hoje moro em western de Massachusetts e eh chato demais, hahaha. Mas a perspectiva eh de melhoras, logo!!! Mas tudo isso soh comprova, o que nos move eh a paixao pelo surf, definitivamente, AMAMOS o surf!!!

Aloha e altas ondas, baixas ondas, ondas, praias, surf na veia para sempre!!!

Ígor Maciel

terça-feira, 29 de julho de 2008

Parar o Slater ou o Slater parar?

Essa eh uma pergunta que nao quer calar! Ha mais de 10 anos ninguem consegue para-lo. Apareceram alguns no caminho do Slater, tentando apenas riscar sua majestade, mas isso nao eh pra qualquer um nao, pode vir quem for. Jah debatemos muito a respeito na Comunidade Oficial da Fluir no Orkut, a respeito do assunto Kelly Slater e a grande maioria tem a mesma opiniao, de que ele nao eh o homem a ser batido, simplesmente por que ele nao pode ser batido. Se o Slater quiser vencer, ele vai vencer, soh Deus para impedi-lo, e isso eh fato.

E com as impressionantes atuacoes do Slater nessa temporada, ele tambem nao quer parar, pois pra quem nao sabe, ele venceu 4 das 5 etapas, com 1262 pontos a frente do 2nd colocado, que eh o Joel Parkinson, onde mesmo que se na Indonesia, a partir de quinta-feira, 30, ele nao viaje para o pico e o Parko fique em primeiro, ainda assim nao perdera a primeira posicao, o que tah muito bom pra um cara de 36 anos que "nao sabia" se pararia este ano ou nao, se correria apenas as epatas de seu patrocinador ou nao. Coloquei nao sabia entre aspas por que tenho certeza, quase que absoluta, que ele nao para ate conquistar seu 10th titulo mundial. Repito, soh Deus para para-lo.

Assisti o resumo de uma materia do Zona de Impacto, onde uma galera que entende de surf no Brasil, entre eles meu amigo Alex Guarana, discutem a respeito do assunto, tentando encontrar uma explicacao, digamos assim, para o incrivel mundo de Slater. No meu ponto de vista, ele eh um cara com surf tao completo, mas tao completo, que jamais aparecera outro igual. Sinceramente, acho que jamais aparecera um surfista que seja 75% do que ele eh. Pra mim, o unico surfista que une o surf classico e moderno, e ainda faz tudo isso parecer facil.


Bom, sou um fa incondicional do Slater, jamais deixei de ser, mesmo quando apareceram novos candidatos a majestade, sempre fui fiel ao meu idolo, portanto recomendo que leiam a biografia dele, Pipe Dreams, onde entenderao um tanto da vida do cara e o por que falo com tanta conviccao que ele apenas ira parar depois do 10th titulo mundial. Se parar... E este ano ainda, se Deus quiser, vou conhecer Cocoa Beach, onde o cara nasceu e COM CERTEZA, vou informar tudo a voces por aqui!

Aloha e altas ondas galera.

Igor Maciel

Pra quem quiser conferir a materia do Zona de Impacto:
http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Surfe/0,,MUL702735-15051,00-ESPECIALISTAS+DISCUTEM+O+COMECO+DE+TEMPORADA+DO+AMERICANO+KELLY+SLATER.html



domingo, 6 de julho de 2008

Northeast Coast US Surf

Fala galera, depois de mais um tempo sumido, trabalhando muito e surfando NADA nessa vida na costa leste dos Estados Unidos, completamente perdido em algum lugar da big farm chamada Massachusetts, resolvi dar um role pelas praias aqui das redondezas, mas sem grandes descobertas... Conheci alguns picos de Rhode Island que quando funcionam tem alguma onda ate bem boa, claro que sempre com a agua congelante, mas com boa formacao. Infelizmente quando passei por lah, nao tinha nada, a Lagoa da Conceicao tinha mais ondulacao que as praias. Mas Rhode Island tem a segunda melhor onda da costa leste (ao norte, pois nada se compara a picos da Florida pra esses lados), depois dos picos de New Jersey, que ainda nao conheci e acho que nem vou, pois logo estarei partindo para outra etapa da minha viagem, a costa oeste, se Deus quiser!!!

Rhode Island tem campeonatos bacanas, badalacao e eh sem duvidas o melhor lugar para um surfista perdido no interior do pais, hehehe, claro que as ondas mais quentes em pleno verao, nao deixam a agua passar muito dos 50 graus F (10 graus C) e ainda assim tem nego caindo com 4 graus C na agua, hehehe, nada que nunca tenhamos visto nas ondas gauchas, por exemplo, com a diferenca eh que aqui, fora da agua eh calor e nao tem vento. Mas as vezes vale, pois tem umas valinhas bacanas. Saudade das ondas gauchas, Tramandai e Imbe, saudade de voces!!!


Tem um lugar aqui em Massachussets que se chama Cape Cod, eh uma ilha que na verdade eh uma peninsula cortada por um canal com agua do mar, o que a torna realmente uma ilha. Mas nao parece nao, hehehe. Morei lah por alguns dias, na expectativa de encontrar algum swell perdido, mas nada, absolutamente NADA. A lagoa gelada nao esbocou nenhuma reacao em nenhum momento, entao voltei para a cidade que estava para preparar a ida para longe daqui. O lugar eh bem astral, mas soh na praia mesmo, pois o lugar eh tomado de brasileiros e fala-se mais portugues que ingles, entao nao eh o lugar certo para se ficar nos US. Eis a foto que me levou a mudar pra lah:


E eh isso galera, desculpem mais uma vez a demora em escrever, eh que aqui tudo eh muito corrido, entao... E foi mal tambem a falta de pontuacao, acentuacao, etc, pois teclado configurado para ingles nao tem nada.

Aloha e altas ondas sempre!

Igor Maciel

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Brasil reaparecendo?


Este ano esta sendo muito, MUITO melhor que os anteriores para o surf brasileiro, o que seria isso?!?! Sera que estamos resurgindo das cinzas, tal como uma fenix, para voltar a brilhar no cenario mundial e quem sabe lutar por um lugar ao sol entre os melhores do surf mundial?!
A resposta ainda e' incerta, porem os resultados estao aparecendo.


Tivemos o Raoni vencendo a etapa de Noronha do WQS, o Bruninho Santos vencendo de maneiro incrivel a etapa do Tahiti do WCT, vindo das triagens, temos o Mineiro pontuando bem no WCT e tambem em destaque na revista americana Surfer, aparecendo em quarto lugar entre os Top 100 do surf atual, entre os homens, e ainda tivemos o Wiggoly Dantas e o Kiron Jabour figurando entre os da nova geracao.

Agora e' torcer muito para que os resultados realmente venham, pois nosso comeco de ano esta bom.

Ah, confiram o novo site da revista Fluir, muito mais completo, interativo e agora tambem com link direto para a nossa comunidade no Orkut. http://www.fluir.com.br/


Grande abraco galera, e altas ondas sempre!!!


Igor Maciel

domingo, 18 de maio de 2008

Bruno Santos, O CARA em Teahupoo!


Todos nos esperavamos desde 2002 por uma posicao dessas. Ano passado, o mesmo Bruno nos deixou esperancosos com sua belissima apresentacao nas ondas pesadas de El Gringo, no Chile, onde mesmo nao levando o caneco, deixou a torcida e todos que estavam acompanhando boquiabertos, pois um convidado, brasileiro, dando show de nivel, categoria e simplicidade daquele jeito, era novidade para a grande maioria.


Eis que entao, chegou a tua hora Bruninho!!! Vamos por partes entao:

O cara correu 12 baterias ao total, sendo que entrou pelas triagens. Ficou em segundo lugar no geral das triagens, onde Jamie O'Brien ficou com o titulo. Mas ainda assim, ele tirou duas notas 10 ate entao.

Chegou no evento principal. Primeira bateria, heat 10, contra duas feras, Taj Burrow e Tom Whitaker. Perdeu, ficou em ultimo e foi pra repescagem. Normalmente, um brasileiro ficaria chorando por ter perdido logo de cara pra duas feras, depois de lutar tanto nas triagens. hahaha, um surfista brasileiro comum, mas nao o Bruno Santos, apontado por muitos como o unico surfista brazuca que pode realmente pensar em treinar para ser camepao mundial de surf atualmente.

Foi ele entao para a repescagem. Cacete, Mick Fanning, o atual campeao mundial!!! Foda-se, numa bateria morna, Bruninho usou todo seu potencial pra nao deixar o aussie brincar na agua e levou. Caiu na terceira fase com moral, por ter mandado o Fanning pra casa muito mais cedo. Pressao? Que nada, MORAL! Que venha entao o Taj novamente, mas dessa vez, mar com ondas surfaveis, bem no estilo que o Bruninho gosta e sabe dar show e toma, high score pra cima do gringo, finalizou com 17,60. Mick, espera que o Taj vai contigo!!! Nas oitavas, o Bruninho apenas se divertiu com um Tim Reyes morto, mole mole! Poderia ter pulado direto pras quartas, bateria pesada, os outros 3 vencedores somaram mais de 15, usando uma nota high score, e o Bruninho e o Mineiro nao conseguindo mais de 9 no somatorio. Ali foi mais uma brincadeira pros dois moleques, hehehe, o que garantia um dos dois nas semifinais, resultado nao alcancado em Teahupoo desde 2003 com Danilo Costa. E la foi o Bruno novamente, deixando Mineiro nas oitavas, porem com a melhor colocao de um brasileiro nos ultimos anos no ranking geral apos tres etapas, em sexto lugar, atras apenas dos monstros do surf.

Na semi, o Manoa Drollet simplesmente atropelou o Joel Parkinson, meteu tanto high que o Joel ficou tonto. E o Bruninho mandou o CJ embora quase dobrando seus pontos, na real, foi mole tambem. Mas dai por diante, ja dava pra sentir onde isso iaa acabar, na real, desde a terceira fase, dava pra imaginar o final da historia. Infelizmente nao acompanhei o campeonato, estou morando nos Estados Unidos e como cheguei a pouco tempo, estava sem computador, sem internet, enfim. Mas consegui assistir a final, apos meus primos me ligarem para nao perder, hehehe. Valeu galera!!!

Entao chegou a final, bateria morna novamente, sem ondas boas, tubos pequenos, quando apareciam. O Bruninho ficou de boa, colocou duas notinhas razoaveis e administrou o final da bateria, trazendo pro Brasil, depois de 6 anos, um titulo mundial do WCT e o melhor, com um caminho alucinante, mostrando valor, garra e determinacao. O Bruno Santos e sem sombra de duvidas, o melhor surfista brasileiro da atualidade e espero ver esta cena se repetindo mais e mais vezes!

Obrigado Bruninho, o Brasil te agradece!!!

Aloha e altas ondas!

Igor Maciel

Obs: Desculpa pela falta de acentuacao, meu teclado eh configuracao em ingles.

domingo, 11 de maio de 2008

Galera, desculpem minha falta!!!

Po galera, peco de todo coracao que desculpem minha falta, nao estar escrevendo nada, nao estar por dentro do surf.. Estou morando nos USA e sem computador ainda, entao completamente isolado do surf e da internet...

Mas prometo que assim que as coisas se encaixarem por aqui, voltarei a ativa com forca total e ainda melhor, agora com noticias diretas da gringa!!!

Grande abraco a todos e obrigado pela visita sempre!!!

Igor Maciel

terça-feira, 25 de março de 2008

Censura não, nem vem!

É mais ou menos assim que vejo nosso surf, completamente abandonado!


Mês passado ocorreu um fato triste na mídia especializada nacional, quando o Alex Guaraná, editor RJ da Fluir, escreveu uma matéria incrível sobre os Top 45 de 2008 e foi questionado pela ASP, que não viu com bons olhos aquela matéria e se opôs as declarações do jornalista. Sem entender o porquê da entidade se opor ao direito de livre expressão da mídia, fiquei me questionando sem obter resposta alguma. Então resolvi questionar o porquê de muitas coisas no nosso surf, redigindo um e-mail para a redação da revista, em forma de protesto contra a atitude da ASP south america e de apoio ao veículo Fluir. Segue abaixo minha carta:

"Brothers da redação Fluir!!!

Fiquei sabendo da repercussão negativa da matéria Raio X dos Top 45 junto a ASP, por isso, venho por meio desta declarar meu total apoio à vocês, na defesa do direito de informação verdadeira que vocês nos passam como poucos neste país. Na real, acho sinceramente que são os únicos que apontam um milímetro da realidade do surf que nosso país vive. Temos que levantar as mãos aos céus e agradecer por termos um "Sílvio Luis" do surf, que é o Alex Guaraná, um cara que expõe a realidade para nós, meros espectadores. Eu pelo menos acho que os caras tem uma vida perfeita, pois não é qualquer um que pode viajar o mundo todo, surfando as melhores ondas do planeta e ainda receber uma grana para fazer isso, então, qualquer surfista ou profissional do surf que venha a se ofender com alguma crítica da imprensa, com certeza não liga a mínima para o surf nacional ou tem culpa no cartório. A real é que o surf nacional é muito pouco cobrado. O futebol, por exemplo, é cobrado em campo, nas arquibancadas, nas ruas, na imprensa, enfim, neguinho não fez por merecer, tá lá um torcedor com uma nota de 1 pila na mão esfregando na cara do cidadão e gritando o que quiser ao lado do ônibus depois do jogo. Não interessa se é atleta, técnico ou dirigente. Aposto o que vocês quiserem que se a galera que acompanha o surf assiduamente encontrasse os manda-chuvas do esporte por aí, certamente moedinhas de 1 centavo rolariam valendo. Porém, hoje em dia o surf é visto pela grande maioria do povo, simplesmente como um passatempo de final de semana. Então façamos alguma coisa para mudar isso, pois assim continuará sendo, até que alguém prove o contrário, que não, o Brasil é um país com surfistas de alto nível e podem sim lutar por seu lugar ao sol no cenário mundial. No entanto, enquanto os figurões continuarem tapando o sol com a peneira, passando a mão na cabeça dos caras e ainda engolindo sapos dos gringos, seremos somente um paizinho tropical fabricante de coadjuvantes e grandes festas. Sim, por que quando se fala em Brasil no circuito mundial, logo lembra-se das grandes festas, mulheres, etc. E onde estão esses figurões, tão cheios de razão e "moral" para querer se opor a uma matéria real da imprensa, quando os gringos cagam na nossa cabeça? Onde eles estavam quando o Jake Paterson fez este infeliz comentário: ''Os brasileiros ainda estão na área de competidores? Deve estar rolando uma comida de graça ou algo assim. (risos).''??? E quando o bandido do Sunny Garcia partiu pra cima do Neco Padaratz no Pipemasters do ano passado, atitude que até agora não foi julgada e muito menos condenada de forma veemente pela ASP (sim, por que a punição aplicada foi uma piada, né?). Onde estavam os brasileiros que nos representam na entidade esta hora??? Quer mais? Na Surfer do mês passado tem uma entrevista com a Maya Gabeira, onde o infeliz (não lembro o nome) do entrevistador comenta que quando o cara vai mal na água, é zoado com: "You surf like a Brazilian" (Você surfa como uma brasileiro). Ou seja, se o cara é um baita prego, é brasileiro... Além de não fazerem NADA, deixam nosso surf virar uma bagunça generalizada, com uma politicagem absurda praticada pelos figurões, que visam exclusivamente sua imagem frente ao mundo, menos ao Brasil. A falta de critério no julgamento dos nossos atletas nas baterias, a falta de incentivos do mercado, a descriminação das marcas poderosas com nossos atletas, ondas e tudo mais. Folheamos uma revista gringa e não podemos ver a cor da prancha dos surfistas, de tanto patrocínio que eles tem. Claro, seus representantes os apóiam e trabalham pelo crescimento e amadurecimento do surf (informem-se sobre o Official Program os Surfing America). Po galera, em 2001 éramos a 3ª potência do surf mundial e com chances reais de termos um campeão. E hoje, o que nós temos??? Temos 6 representantes lutando para se manter pelo WCT e conseguindo a trancos e barrancos, 18º lugares nos campeonatos. É culpa deles? Sim, com certeza, mas não é só deles não, é de todo mundo, é nossa por não cobrar mais, é da imprensa por não cobrar mais e principalmente, é dos figurões por não apoiarem em NADA!

Então Fluir, estou com vocês, a matéria do Alex foi uma das melhores que já li na vida. Na gringa, os caras falam o que querem dos nossos surfistas e ninguém vai lá meter pau neles. Tem um babaca na Surfline que fala mais merdas do que os cavalos cagam no desfile de 7 de setembro e nunca vi algum figurão da ASP repreender ele. Aqui o cara fala a real, algum bonito se ofende e sai querendo censurar. Sem chance!!! Por favor Alex, Kiko, Steven, Adrian, Bocão, Fred e todos outros profissionais da mídia surf que lerem esta, tomem o Jorge Kajuru de exemplo no futebol e apliquem suas técnicas para o surf. Talvez assim, algum alguém acorde e acabe com esta prostituição barata do nosso surf. Altas ondas pra galera de bem! Grande abraço,

Ígor Maciel"

E a questão continua no ar. Quem defende nossos interesses? Quem defende nosso surf? Quem defende nosso mercado? Será que sempre que alguma verdade sobre o surf brasileiro for exposta, haverá repressão? Espero, de coração, que não. Nosso surf merece muito mais que isso, merece ser coordenado por pessoas que o defendam e não marionetes do sistema internacional que move o esporte.

Pensem nisso e deixem sua opinião nos comentários.

Aloha e altas ondas sempre!

Ígor Maciel

quarta-feira, 19 de março de 2008

Nas páginas da Fluir


Nada melhor que começar a juntar material para montar o clipping da Coluna Swell do que uma exclusividade nas páginas da revista Fluir? Perfeito hein?!

E é isso mesmo galera, pois neste mês, além de conferir a cobertura completa da temporada Havaiana com matérias alucinantes e um DVD irado do Mick Fanning, vocês podem conferir a nossa Coluna Swell está absoluta na Conexão Net da edição 269 (março/2008), na página 122.

Então não percam tempo e corram agora mesmo pra banca mais próxima e compre sua Fluir!

Aloha galera e altas ondas sempre!!!

Ígor Maciel


terça-feira, 4 de março de 2008

A brincadeira começou


A primeira etapa do WCT 2008 acabou ontem nas direitas sem fim de Snapper Rocks, na Gold Coast australiana e adivinhem quem levou? Não, o Mick ficou em segundo. Quem levou a etapa foi o careca da Slaterândia, um planeta de super atletas carecas que vencem quando querem qualquer campeonato de surf em toda a galáxia. Escrevi esta matéria antes do término da etapa, pois os Cooly Kid’s estavam todos nas quartas de final, era quase óbvio que o Mick levaria a etapa em casa e tudo mais, tava tudo no esquema, mas meu sentido surfístico mandou esperar, pois o careca ia aprontar. Não apenas por ser fã incondicional dele. Ou talvez sim. Mas precisava esperar a etapa acabar para soltar minha idéia e aqui está ela: Quem leva o título do WCT 2008?

Com toda sinceridade, acho que o Slats leva qualquer etapa, em qualquer onda, com qualquer idade! E não sei até quando, mas se quiser, vai longe ainda. Se ele quiser, ganha os 10 títulos mundiais sorrindo. E se quiser mais, ele vai ganhar. O cara pode estar com 30 e lá vai pedrada, porém a união de sua forma física, poder mental, habilidade e experiência, o tornam o único surfista capaz de vencer o que quiser e quando quiser. Então se o careca da Slaterândia quiser vencer o WCT 2008, ele ganha e ninguém pode impedi-lo. Não digo isso apenas por ser fã do cara, mas por ser heavy user do surf há muito tempo e ver apresentações de gala, quando menos se espera, lá vem o Slater roubar a cena do mundo surf, como quem tira doce de uma criança.

Talvez, o único que pode incomodar um pouco, desestabilizar a competição do Slats e brilhar algumas vezes no confronto direto, seja o Andy Irons, pois o cara surfa muito, tem um poder quase único de estressar o adversário dentro da água e uma frieza que chega assustar. Mas pode só incomodar mesmo, pois se o Slater quiser, vence ele. Ontem vimos isso, Kelly Slater 17.00 x 10.94 Andy Irons, numa boa onda de frontside. A única coisa que o Irons faz realmente bem é ficar enfurecido quando perde e pegar o primeiro vôo pra casa.

É óbvio que não poderia deixar de colocar o lighting australiano, Mick Fanning, que fez final contra Slats, em casa, mas não teve força o suficiente pra segurar o cara. O Mick é um atleta exemplar, todos sabem de sua saga para conquistar o WCT 2007 e foi lindo de ver, sua dedicação em busca do objetivo foi contagiante e serve de exemplo de determinação para todos nós, admiro muito a forma como o Mick venceu ano passado. Porém, ouvi dele próprio em entrevista lá na Vila, ao término da bateria que o deu o título, que “não sei como o Kelly venceu 8 títulos mundiais, isso é muito difícil”, ou seja, ele tava apavorado, toda aquela concentração e entrega o deixaram assustado, mas com o título nas mãos. Acho sim que se quiser consegue vencer novamente, é um grande competidor e um excelente surfista. Mas se o Slater quiser o título, ele vai ter que redobrar sua dedicação.

Muitos amigos apostam no Joel Parkinson, mas sinceramente, não acho que esteja pronto ainda. Falta foco e garra pro Parko vencer um título mundial, ele é um baita surfista e tem surf pra tal, facilmente, mas não me convence, pelo menos hoje. É um cara estabilizado, com uma bela família e um surf muito perfeito, fluido e poderoso, mas falta a gana que o Slater e o Irons tem ao natural ou então a total entrega ao objetivo que levou seu amigo Fanning à conquista ano passado.

E correndo por fora, aliás, sempre correndo, vem o Taj. Na real, ele pode vencer algumas etapas, é um grande surfista, mas seu surf porra loca não o eleva a outro patamar, o de campeão mundial. Falta muito pra isso, não falta surf, em hipótese alguma, mas falta estratégia e concentração. O Taj é um cara irado, gente boa pra caramba, sempre alegre e curtindo e é isso que ele faz na água, curte.

E se me pedissem para apostar algumas fichas em algum surfista que possa figurar entre os Top 5, vencer algumas etapas e tal, eu colocaria Bede Durbidge, Dean Morrison, Bobby Martinez e Kai Otton. Além é claro, de sempre reservar algumas para os “novatos” Dane Reynolds e Jordy Smith.

Entre os brasileiros, coloco fichas no Pedra, por sua categoria, Léo Neves, por sua garra e Mineirinho, por sua qualidade e vontade demonstradas do final do ano passado e nesta etapa já. Ainda levo muita fé no Neco e deposito muita esperança no Heitor. O Jihad que ainda não tenho uma opinião formada sobre sua participação.

A buzina já soou e o careca da Slaterândia levou a primeira etapa com méritos, aliás, muitos méritos, com scores e apresentações espetaculares. Façam suas apostas, pois o ano promete. E não esqueça que todas etapas do circuito mundial passam ao vivo na internet, acompanhe, torça, comemore, etc, pois a brincadeira começou.

Aloha e altas ondas sempre!

Ígor Maciel
Não deixe de expressar sua opinião, clique em "comments" de solte sua idéia sobre o WCT 2008.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

A (r)evolução do surf

Ultimamente tem-se falado e noticiado muito a respeito da evolução do surf, ou então de sua revolução, no que se trata de ondas perfeitas e como se faz para surfa-las. O circuito mundial é um exemplo claríssimo de que onda perfeita é o requisito principal para realizar as etapas do WCT, pois salvas algumas exceções, vem sendo disputado somente nas melhores ondas do mundo, só nas maiores e mais perfeitas possível. Ontem assisti o vídeo do Globe Pro Fiji 2005 e meu Deus, o que eram aquelas esquerdas?! Na semifinal o Kelly Slater pegou um tubo de backside de no mínimo 12 segundos em Cloudbreak, é absurdo!!! (A boa notícia é que Tavarua e Namotu estão de volta ao calendário, com 11 etapas novamente em 2008).

Isso é apenas uma demonstração que a busca pela onda perfeita continua e não só pela ASP e seu circuito profissional, é o eterno desejo de qualquer surfista e agora também de empresas, governantes e milionários de surfar ou proporcionar (e ganhar muito dinheiro, óbvio) o surf em ondas perfeitas. No Brasil existe projeto em estudo por professores e alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para criar um fundo artificial na Praia da Macumba, que seria capaz de alterar o tamanho e a forma de arrebentação das ondas no local, dando qualidade as ondas dos diferentes swells que atingem o pico. Especulou-se também da criação de um fundo na praia de Buiçananga, em São Sebastião, SP, junto ao IPDRAM (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Recifes Artificiais Multifuncionais), porém ficou pelo ar o assunto.

No mundo já existem fundos artificiais, como na Gold Coast Australiana, onde dragas sugam a areia do fundo de um canal e o devolvem para o mar através de grandes tubulações, o que dá um “revertério” no fundo, criando o superbanks de Snapper Rocks e formando uma série absurda de direitas perfeitas, muitas direitas pra tudo quanto é canto, hahaha. Não chega ser um fundo artificial, mas é uma forma que surgiu meio sem querer ao solucionar o problema do canal e que acabou formando uma bancada alucinante, sendo o paraíso dos regulars.
Super Banks - Snapper Rocks, Austrália
A Nova Zelândia, que já tem alguns picos irados com altas ondas, também recebeu uma ajudinha do homem para aperfeiçoar sua costa em 2006, o Mount Reef, em Mount Manganui, ao nordeste do país, cidade que já é considerada um dos maiores picos do surf na Nova Zelândia, com grande concetração de lojas do segmento, surfistas e ondas, porém a necessidade de uma onda de nível internacional despertou a cobiça por um fundo artificial em frente ao pico. O investimento total do projeto foi de US$ 800 mil (+- R$ 1,400 milhões) e foi custeado por investidores, empresários e doações da galera da própria cidade, que hoje desfrutam de tubos de até 5 pés para os dois lados (eu acho, até março de 2006 apenas a primeira parte do projeto estava concluída e rolavam apenas esquerdas iradas. Não encontrei fontes atuais sobre MT Reef) e cansam as pernas numa seção que pode chegar a 50 metros de extensão.
Projeto gráfico

A esquerdinha funcionando na NZ - Foto: mountreef.co.nz

Agora a Europa quer entrar na onda do fundo artificial, colocando sacos de areia próximos ao píer de Boscombe, no sudoeste da Inglaterra. O projeto já foi aprovado e o pico deve ficar pronto até outubro deste ano e terá acesso gratuito, como Snapper, pois se trata de praia. De acordo com os estudos, o pico deverá receber direitas perfeitas de até 9 pés, dependendo do swell. E como “a Rainha” quer por que quer ter um representante na elite do surf mundial, no início do ano a BBC Londres noticiou que a empresa de esportes radicais Venture Xtreme quer construir uma máquina de ondas perfeitas em pleno rio Tamisa, ao leste de Londres. O pico terá praia artificial com capacidade para 200 espectadores e tudo mais. As ondas podem variar de 3 a 9 pés, dependendo do nível dos surfistas, intercalando por séries, conforme a programação da máquinas. O custo do projeto gira em torno de 20 milhões de libras (+- R$ 70 milhões) e tem previsão de ficar pronto em 2011 e qualquer um pode surfar lá, pagando a bagatela de 30 libras (+- R$ 120) por hora de banho.

"Tudo sobre esta experiência é falso, mas a diversão é real", disse o diretor da Associação Britânica de Surfe, Duncan Scott, ao jornal britânico The Guardian.

Projeto das ondas artificiais no rio Tamisa. Imagem: Barker And Coutts Architects

Já existem outros picos com ondas artificiais pelo mundo, como os famosos flowriders, que criam a sensação de deslizar sobre a água, não exatamente uma onda, mas uma diversão válida, que é bem comum em estados americanos sem praia, como Ohio, Minnesota, Missouri, Texas entre outros, e até mesmo em grandes navios de cruzeiro, sendo mais uma atração ao lado de cassinos, grandes shows e grandes festas.

Flowrider no Water Park of America, em Minnesota, USA

Flowrider no navio Royal Caribbean Cruiseliner, Freedon of the Seas

Além é claro, a clássica Wave House, em San Diego, na Califórnia, que cria um tubo irado pra esquerda, com uma pressão assustadora da água que faz o cara decolar (ou rolar) legal. Não é perfeitamente “surfável”, mas vale uma baita diversão pelo custinho de 40 doletas a hora de banho, ou de tombos. Já ouvi falar também que um shopping em Durbin, na África do Sul, criou uma Wavehouse semelhante à de San Diego, porém com direitas perfeitas, mas como a divulgação é muito pouca, não consegui obter maiores informações a respeito.

Wavehouse San Diego, Califórnia

Mas a onda artificial mais impressionante e perfeita, onde pode-se surfar mesmo, dropar, alucinar numa parede em movimento e tal, fica na Malásia, em Kuala Lampur, no parque Sunway Lagoon, que inclusive foi palco do festival Quiksilver 2.0, que rolou no último sábado (26/01), reunindo muito surf, tow-at (uso de jet-ski para dar velocidade ao surfista em ondas pequenas), skate, vôo livre, shows musicais e também de alguns dos melhores surfistas do mundo voando baixo nas ondas da piscina mais irada do planeta (ao menos que eu conheço, hehehe).

Troy Brooks de superman no Sunway Lagoon – Foto: Divulgação Quiksilver

Josh Kerr voando alto na Malásia – Foto: Divulgação Quiksilver

E agora tem mais uma novidade, que descobri essa semana, com o meu brother Lohran, lá da comunidade Fluir, descobriu e me passou (boa Lohran, valeu brother). O shaper australiano Greg Webber apareceu com uma idéia meio maluca, mas irada. O projeto seria a construção de uma piscina em forma de O com uma série de ondas percorrendo o percurso. A piscina comportaria até 100 surfistas por vez com muitas ondas na série. O que deixa a desejar um pouco é o tamanho, mas mesmo assim é irado. Conheçam o projeto no site dele: http://www.liquidtimepools.com/.

Confira o vídeo do projeto:
http://www.youtube.com/watch?v=tdv0_EC6BsU&eurl=http://www.liquidtimepools.com/videos.html

Claro que toda essa evolução do surf implica em muitas considerações que pesam aos surfistas, como a consciência ecológica, pois não sabemos até onde essas mudanças no fundo natural das praias afetará o ecosistema do lugar. Ou quem sabe ele até possa melhorar a vida marinha do pico, como aqui no RS que é fundo de areia liso, criaria um novo habitat e enriqueceria o ecosistema do lugar. Ou então que o surf em ondas artificiais vai contra a eterna proposta do surfista de alma, que é a busca por ondas perfeitas e que perde-se muito do contato com a natureza, do feeling que só o surf proporciona e tudo mais. Eu, por exemplo, sou um surfista de alma total, amante da natureza e deste feeling, do surf clássico e tudo mais, porém moro a 120km da água salgada mais próxima e o pico ainda pode ser considerado de nível baixo, pois é fundo de areia com raras bancadas e normalmente a condição é storm e água fria, por ser muito ao sul e ter a costa sem quebras. Então, apesar de toda comunhão com o surf de raiz, ficaria amarradão em ter uma surf pool por perto de casa ou então de uma máquina de bagunçar a areia do fundo ou então sacos de areia no píer de Tramandaí.

Acho que a evolução do mundo trará essa criação de boas ondas naturalmente e será cada vez mais comum e como em quase tudo na vida, tem seu lado bom, assim como seu lado ruim e ambos devem ser considerados. Mas nenhum surfista se negará a pegar altas ondas onde quer que elas estejam, isso é fato.
E você, o que acha disso tudo? Deixe seu comentário sobre o assunto que é irado e tem pano pra manga.

Grande abraço e altas ondas sempre!!!

(Galera, foi mal pela demora de uma nova matéria, mas esta deu trabalho para pesquisar e juntar material. Mas ficou IRADA!!! Curtam...) E desculpa a falta de configuração do texto, mas o blogger é meio tosco mesmo. Abração.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

E o carnaval?!


Aí galerinha, qual vai ser do carnaval hein?!


Festas rolando por tudo quanto é lado, desfiles, zoação, curtição, gente bonita, muita música, feriadão pra muitos (não pra mim, to no trampo, rsrs), congestionamentos intermináveis e altas ondas em muitos picos do Brasilzão e isso é bom, pois aqueles que encaram uma balada até altas horas, provavelmente irão dormir até altas horas também, ou seja, sinal de pico quase free a manhã toda. Isso é PERFEITO!!!


Vejam na foto, aqui em Tramandaí, onde normalmente não tem onda ou se tem, é no meio da "stormera" geral, hoje tá rolando de 0,5 a 1 metrão com vento terral e boa formação, tá perfeito. To indo hoje a noite pra lá só pra pegar umas boas ondas amanhã cedinho, já que são raras, e já volto amanhã depois do meio dia, pra evitar aquele congetionamento monstruoso de horas e mais horas.


Só vamos se ligar galera, a história é velha, mas é sempre válida: SE BEBER, NÃO DIRIJA!!! SE ESTIVER DIRIGINDO, NÃO BEBA!!! Por favor galera, se conscientizem de que álcool e direção não combinam, então não se matem nas estradas, não acabem com o sonho dos outros também, pois um acidente pode acabar com a vida e os sonhos de muitas pessoas. Não briguem nas festas, não briguem no trânsito, não briguem no mar. Apenas curtam sua festa, suas ondas, a trip. A vida é valiosa demais pra ser rifada de qualquer jeito!!!


Se cuidem e um bom carnaval!!!


Aloha e altas ondas sempre!!! (pelo menos dessa vez eu vou ter, hehehehe)

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Pra onde vão nossos talentos?

Temos mais um Campeão Mundial Pro Junior, então uma salva de palmas e reverência ao nosso atual e bi mundial, Pablo Paulino!!!
Em 8 anos de competição, o Brasil trouxe 4 vezes o caneco do Billabong Pro Junior, entre eles, um record com o Pablo, sendo bicampeão, se igualando a ninguém menos que o australiano Joel Parkinson. E não pensem que é um campeonatinho qualquer, fácil de correr, muito menos de vencer.. É peleia da braba, brother!!! Os aussies tem todo aquele foco, garra e determinação desde o berço, então brasileiro chegar lá e vencer é complicado. Mas mesmo assim, temos 50% dos títulos disputados, sendo 1 do Pedro Henrique, 1 do Adriano de Souza (Mineirinho) e 2 do Pablo Paulino.

Bom, sendo assim, concordam comigo que teríamos que ter ao menos um brasileiro figurando entre os Top 5? Tudo bem, sejamos mais realistas, um Top 10 então. Mas não brothers, há tempos não vencemos uma etapa (mais exatamente, 5 anos), não figuramos entre os primeiros. Não consigo entender o que está acontecendo com o surf brasileiro, ou melhor, com o surf competitivo brasileiro. Procuro explicações em todos os lugares, mas não as encontro. Leio reportagens, depoimentos, opinões e tudo mais e cada um aponta um responsável. E não é falta de dinheiro coisa nenhum, os Top 45 do ano passado, pra vocês terem uma idéia, o que ganhava menos grana de todos eles, embolsava por mês, quase 10 mil dólares do patrocinador. Isso sem contar premiações, bônus, etc. Vão me dizer que isso não sustenta o cara pra viajar o mundo e treinar atrás de resultados.

Um dos motivos de não nos darmos bem em competições é que MUITOS dos caras mais irados hoje, estão surfando de free por aí, inovando, acompanhando o desenvolvimento do surf, e tal. Poderia ficar horas citando grandes nomes no free surf brasileiro, caras que surfam muito e lutam pra se manter como profissional no esporte. Porém não disputam campeonatos, ficam correndo o mundo atrás de ondas perfeitas e se aperfeiçoando, e isso é IRADO, queria eu poder (e ter surf) pra fazer isso!!! E as empresas apostam nisso hoje em dia também, mas tu tem que ser ninja, tem que dar resultado, cumprir teus compromisso, etc, mas claro, sem "aquela" pressão! Eles até podem correr campeonatos, mas hoje, são feras demais e estão se divertindo com o surf e a empresa apóia e aposta nisso. Eu estava assistindo ao Blue Horizon e o Rasta disse, “fui na Billabong nervoso, para propor à eles que me pagassem apenas para surfar ondas perfeitas pelo mundo todo e eles disseram que era isso mesmo que queriam de mim” fiquei de cara, imaginem. É o que muitos grandes surfistas brasileiros estão fazendo hoje em dia e acho que com toda razão. Pode ver, free surfer está sempre em fotos nos picos irados, Hawaii, Indo, Chile, México, Aus, etc. Já os tops só vão pra esses lugares quando tem evento.

Enfim, se neguinho não quer dançar conforme a música da ASP ou Abrasp (que até onde eu sei, são uma palhaçada), vão correr o mundo atrás de ondas perfeitas mesmo, estão mais do que certos, só que tem que ter surf no pé, não surfzinho meia boca que nem o apresentado no WCT ultimamente, com raríssimas exceções. Agora, se é pra se sujeitar às regras do jogo, coloquem o livrinho da ASP debaixo do braço, o surf afiadinho no pé e façam por merecer os salários de 5 digitos, em dólar ainda por cima.

Sou 100% surf brasileiro, acho que temos grandes surfistas, uma boa história pra contar e temos sim apoio das marcas apoiadoras (até pouco tempo pensava o contrário, erroneamente), pois vejam a Mormaii, por exemplo, que é 100% daqui, quantos caras irados eles tem? Os que lembro de cabeça: Julio Terres detonando geral com várias temporadas havaianas, representando a nova geração. Marco Giorgi arrebentando em todos tipos de onda, com os melhores picos do mundo no currículo. Guilherme Tripa com seu surf aerilista e moderno, voa de tudo quanto é jeito e até inventa manobra aérea, e agora conquistou seu espaço na mídia, pois seu programa está em pauta na grade da Sportv em 2008. E é claro, dois Top WCT, Neco Padaratz e Heitor Alves e o apoio a grandes nomes das ondas gigantes, como o Pato e o Burle. Fora os outros tantos que não citei (desculpem, citei um de cada "estilo"). Então, apoio tem sim!!! O que falta é vontade, garra, determinação e principalmente foco pra galera que está lá competindo e nos representando. Não quero um campeão mundial pra daqui 3 anos (claro que quero, mas sejamos realistas), quero sim é um ou dois caras figurando entre os Top 5 pelo menos e os outros entre os Top 16, no mínimo!!!

Espero de coração que isso mude e tenho esperanças que poderá mudar sim, inclusive para 2008, com os caras que estão nos representando. Vamos ver, tomara!

Grande abraço a todos e altas ondas sempre!!!

Ígor

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Surf brazuca #08

Saudade desse tempo, desses caras.. uuhhuuuu


Para começar o ano de 2008 bem, nada melhor que o Pablo Paulino vencendo mais um Mundial Pro Junior, igualando ao record do australiano Joel Parkinson, sagrando-se sendo bicampeão. Após a oitava edição do campeonato, o Brasil trouxe seu 4º título, vencido antes pelo Pedro Henrique, Adriano "Mineirinho" e pelo próprio Pablo Paulino. É uma pena que os resultados não reflitam no WCT, onde ainda estamos, ao meu ver, muito longe de ter um campeão.

Mas falando em WCT, teremos um número menor de representantes se comparar aos outros anos, com apenas 6 atletas em 2008. Porém, desde o tempo que tínhamos Fabinho Gouveia e Teco Padaratz na elite, minhas esperanças de bons resultados não vinham a tona como neste ano que começa, pois a confiança na equipe que correrá o Tour deste ano é plena e creio que possamos figurar entre os Top 10 em 2008 e por que não, buscar alguns pódios e até eventos.

A começar pelo nosso maior nome no surf mundial em 2007, Rodrigo "Pedra" Dornelles, que finalizou com um 18º irado, após apresentar um surf completo, radical e poderosos em todos os tipos de ondas do tour, sendo que estava buscando know-how em muitas delas, então podemos esperar um ano glorioso do nosso Pedra. Além é claro de vir embalado de um 3º lugar no ranking geral do WQS, desbancando muitos nomes de peso que lutavam pelo lugar no CT, ou seja, o Pedra merece duas vagas, rsrs.

Outro destaque no WCT 2007, ao menos para mim, foi o Neco Padaratz, simplesmente por sua atitude louvável frente a situação acontecida no Pipemasters, onde ao mesmo tempo em que servira de exemplo para a geração mais nova, evitando cenas de violência, ele manda embora do evento e do WCT um dos maiores nomes do surf mundial.. No surf, fez seu papel direitinho, mas é claro que poderia ter feito muito mais, pois o Neco é o Neco e sempre podemos esperar uma grande apresentação daquele maluco.

O Léo Neves correu seu primeiro ano no WCT com uma vontade contagiante, uma garra alucinada e um surf poderoso, conhecendo os picos, interagindo com as ondas e mostrando à que viera e com certeza poderá ser um dos nomes a figurar nos títulos da mídia em 2008. Claro que precisa evoluir muito ainda para que os resultados apareçam valendo, mas se mantiver o foco que tem demonstrado, podemos esperar coisas boas dele.

Adriano Mineirinho é um nome que normalmente gera polêmica, pois fora apontado pela mídia como possível primeiro brasileiro campeão mundial. Ele tem surf para isso, porém ainda está em fase de aprendizagem e amadurecimento, ao meu ver. Ele fatura muitas etapas e boas colocações, quando disputadas em ondas pequenas e medianas, porém peca muito em ondas grandes e pesadas. Está buscando aprimoramento neste quesito, mas acho que poderia buscar ainda mais. Mas conseguiu se manter na elite para correr o WCT 2008, o que é muito bom para pegar bagagem e prospectar pódios e boas colocações.

A novidade mais irada para mim, é a presença do Heitor Alves, um grande surfista que vem com tudo, com gana vitoriosa. Surfa muito e quer resultados, até onde vi ele competir, podemos esperar um ano semelhante (ou até melhor) ao do Léo Neves em 2007. Talvez por ser o primeiro ano, pode não ter grandes resultados, mas vai evoluir MUITO em 2008 e nos trazer alegrias ainda. Só não pode deixar a peteca cair e estar sempre motivado e isso a Mormaii faz bem. Aliás, parabéns à Mormaii, dois representantes da marca no Tour 2008, frutos de um trabalho bem executado!

E nosso outro representante é o Jihad Khodr, que se posicionou bem no WQS, garantindo sua primeira participação no WCT. Infelizmente, situações ocorridas com ele no final de 2007 podem pesar um tanto neste ano, pois ele perdera o título brasileiro na justiça, após negar-se a fazer o exame anti-dopping ao final da última etapa do Super Surf, no Rio de Janeiro. Com isso, Jihad perdeu muita credibilidade, talvez por falta de apoio ou orientação, o que lhe custou, além do título, o patrocínio principal da Quiksilver, que não renovou com o atleta para 2008, mesmo ele tendo conquistado vaga para o WCT. Infelizmente, Jihad fez tudo errado, não teve suporte firme para decisões importantes e acabou cavando sua própria cova. Péssimo pra ele, porém bom para a profissionalização o esporte, que vê um atleta de alto nível pagando a altura por seus erros e faltas.

Outra notícia boa é a realização de mais um WCT Brasil nas águas da Vila de Imbituba, pois com aquele show de ondas, considerada pela maioria dos Top 45 o melhor evento da temporada 2007, garantiu a realização do campeonato por mais um ano. Isso é bom pro Brasil mostrar pra gringaiada que temos sim ondas iradas e ainda por cima, é nas nossas águas onde tudo se decide!!!

E é claro que não poderia deixar de citar nossas duas mulheres maravilha, Silvana Lima e Jacqueline Silva, que vem com tudo, após grandes resultados em 2007, para perseguir e quem sabe alcançar o tão desejado título mundial da ASP, feito já conquistado no longboard e defendido este ano pelo nosso brother Phil Rajzman.

É isso aí galera, podemos esperar um grande ano pro surf brasileiro. Vamos torcer muito, ter fé nos nossos atletas e nas nossas ondas!!!

Ah, essa minha análise rendeu elogios de um grande nome do surf brasileiro, ninguém menos que o editor da Revista Fluir, Alex Guaraná. Valeu Alex, é irado ter o trabalho reconhecido.

Grande abraço a todos e tenhamos um 2008 glorioso no surf e na vida!

Aloha e altas ondas sempre!